Sexta-feira, 31 de Outubro de 2003
Se o clima permitir e as hordas de correspondentes internacionais não entupirem as estradas, hoje passarei por Bragança. Há dois meses que lá não vou, o que nos tempos que correm, é imenso. Entretanto, muito deve ter mudado. Conto encontrar uma cidade deprimida, entregue às garras da prostituição organizada. Uma cidade em que as indígenas se vêem silenciadas por imigrantes cariocas, juntas na praça da Sé a esganiçar axé music e pagode barato. Uma cidade em que os cavalheiros abandonaram os respectivos deveres, no campo e nos serviços de ordem vária, e se entregaram a uma existência lasciva. E depois? Desde que ainda haja arroz de lebre no Solar Bragançano, quero que a depressão se quilhe.


publicado por ag às 12:35 | link do post

A dra. Fátima, conselheira económica da embaixada de Felgueiras na Tijuca, diagnosticou ontem uma «amnésia constante» ao PS. Desconheço se a Ordem dos Médicos tenciona abrir um processo à senhora por usurpação de funções - também, um processo a mais ou a menos não fará grande diferença. Chamo contudo a atenção para o facto de uma «amnésia constante» ser, mesmo aos olhos de um leigo, substancialmente distinta de uma «amnésia lacunar», por exemplo. Assim à primeira vista, parece coisa de outra grandeza, merecedora de tratamento prolongado e árdua convalescença. A psiquiatria que decida. Mas uma pessoa sabe que um partido não está nada bem quando os deputados desse partido saúdam, de pé, o regresso do dr. Jorge Coelho. Decerto, contam com uma «amnésia irreversível» do país.


publicado por ag às 11:30 | link do post

Quinta-feira, 30 de Outubro de 2003
...que mesmo não integrando a lista dos psiquiatras registados na Ordem dos Médicos, não me encontro disponível para comentar, discutir ou avaliar a saúde mental do sr. Carlos Silvino. Nada tenho a obstar, porém, que o sr. Carlos Silvino teça considerações a meu respeito.


publicado por ag às 01:05 | link do post

Não me perguntem como, mas agora já há pelintras que chegam aqui através de links no eBay.


publicado por ag às 01:00 | link do post

Aí está o melhor diário da internet e arredores.


publicado por ag às 00:59 | link do post

Terça-feira, 28 de Outubro de 2003
Encontrei o João, sábado de tarde, na sua biblioteca particular. Isto, claro, depois de o procurar durante vinte minutos entre pilhas de Kristols, resmas de Tocquevilles e bolas de Berlins. Enfim, dei com ele atrás de dois exemplares anotados da «Ana Mais Atrevida» e um editorial emoldurado do Pedro Rolo Duarte.

Estava, como é habitual, informalmente vestido: casaco de tweed, gravata de malha e calça de bombazina, tudo em tons acastanhados como de resto aponta a tendência para a estação. E sapatilhas Nike. Os motivos do nosso encontro eram: um café; a devolução de um dvd que o João me sequestrou há meses; uma entrevista para o Homem a Dias, a propósito do site que ele se prepara para inaugurar. Na próxima quinta-feira, dia 30 de Outubro. Acho eu. Acha ele.

Após um longo café, em que aproveitámos para discorrer de modo alarve acerca das minorias oprimidas, incluindo os ‘gays’ e os leitores da sra. Maria Gabriela Llansol (perdoem a redundância), seguiu-se a profícua sessão de perguntas, que abaixo se reproduz (do dvd nem rastro).




João, porquê um site e não um blogue? Pior: porquê um site, aqui e agora?



Queres a resposta honesta ou a resposta politicamente correcta?



Obviamente, a politicamente correcta.



Porque gosto de escrever e sinto que a escrita é um exercício onde comunico algo de muito profundo com os meus leitores. Como dizia o José Luís Peixoto, aliás muito acertadamente, «morreste-me, nenhum olhar».



OK. Agora a honesta.



Para ver se ganho algum dinheiro com publicidade. Existem contactos. Ainda não existem contratos. E, claro, por pura vaidade pessoal. Ninguém escreve por outro motivo. Ninguém. Pachecos, Manéis, Marias. Ninguém. Como abrir o casaco no metro e mostrar as partes à Dona Rosa. Escrever é abrir o casaco. Uma coisa profundamente infantil e levemente paranóica. O resto é poesia.



Se não é indiscrição, costumas abrir o casaco no metro?



Costumava. Mas a partir do momento em que começaram a gostar e a atirar moedas, desisti.



Ao contrário, digamos, do Miguel Sousa Tavares, tu já tiveste um blogue...



Ele também tem. É o Pipi.



Ai o Pipi é o gajo? Bem me parecia que no «Equador» havia qualquer coisa implícita...



Havia. O título. No original, chamava-se «É cu, há dor», um tratado sobre a sodomia no Portugal dos inícios do século. Mas depois aligeiraram.



O costume. As editoras não respeitam a integridade criativa, o que é uma vergonha. A propósito, tens vergonha de Portugal?



Nenhuma. Seria incapaz de viver noutro país, com a provável excepção do Brasil, de Inglaterra e de Itália. E dos Estados Unidos. E, pensando bem, da Irlanda. Já vadiei o suficiente para saber que este país é impagável. O problema são os outros. São sempre os outros. Portugal não tem qualquer culpa de continuar a ser um local mal frequentado.



Dás-me nomes? Pago bem e à peça.



Metade da classe política, metade dos jornalistas, metade dos académicos, metade da blogosfera, etc., etc., etc. Nada de especial, o drama do costume. Somos um País de gente pequena e atrasada e temos as virtudes e os vícios das pessoas pequenas e atrasadas. Não é grave. Quarenta e oito anos não se apagam da noite para o dia.



Estamos optimistas. Queres dizer que há uma metade boa, grande, virtuosa e evoluída?



Não. Quero dizer que há uma metade que não envergonha. Uma metade que podias convidar para um café lá em casa sem temeres pelas pratas.



Como sabes, a minha casa já foi assaltada duas vezes e a maior despesa coube aos ladrões - em logística. Outra coisa: de que vai constar o teu site?



Uma por dia, é o lema. Um tema por dia, de segunda a sexta. E sem eufemismos, por favor.



Pequenas crónicas?



Textos pessoais, crónicas, crítica literária, pequenos insultos sem qualquer importância, pequenos elogios sem pés nem cabeça. A velha ambição de tentar organizar o mundo na minha cabeça.



Como o Carlos Pinto Coelho não diria melhor (diria, diria...), vais manter o género irreverente a que nos habituaste, espero?



Sim. Mas sem nunca cair nos excessos e na violência mental de um Carlos Pinto Coelho.



Que Deus o tenha. Uma palavrinha sobre a Coluna Infame?



Nenhuma palavrinha. O que escrevi na última posta da Coluna mantém-se. Até hoje. Os outros que se entretenham a mexer no cadáver.



Lá se vão as audiências. Mudando de assunto, não achas que, parafraseando ninguém*, o Daniel Oliveira foi a Yoko Ono da Coluna?



Muito honestamente, os meus problemas com o Daniel Oliveira terminaram quando eu terminei a minha colaboração com a Coluna Infame. Disse o que tinha a dizer, agradeci, saí do palco. Eu sei que as pessoas gostam de sangue, telenovela, etc., mas o que se passou é um capítulo perfeitamente encerrado. Escreveu-se muito, houve insultos, mentiras, puras fabricações mentais, nunca abri a boca porque não tenho qualquer interesse em remexer na merda. Tenho uma vida feliz, ou razoavelmente feliz, com pessoas que amo e estimo. A vida é breve e o resto é ruído.



Qual é o teu blogue preferido?



O Homem a Dias.



Não, a sério.



O Meu Pipi, claro.



Aí, já estou mais de acordo. Pensas abrir novas polémicas com a blogosfera?



Ninguém abre conscientemente polémicas, excepto o sr. José Saramago, o único escritor do mundo - e, provavelmente, da história da literatura ocidental - que, antes de escrever um romance, já veio para a rua em cuecas, a prometer escândalo. Extraordinário! Não procuro polémicas. Mas acho que está tudo demasiado sério e formal na blogosfera. Os blogues começaram como gesto radical de liberdade e agora parecem-me mais interessados em copiar os piores vícios da paróquia lusitana: a deferência, o respeitinho, aquela canídea vontade de farejar as retaguardas do vizinho, típica do meio cultural português. É pena.



Mas há excepções à seriedade, pá.



Eu sei. Mas o tom geral não agrada. Opinião pessoal. Como sempre, opinião pessoal.



Quais são os teus cronistas de imprensa preferidos, hoje?



Alberto Gonçalves, sextas-feiras, Correio da Manhã.



Não, a sério.



Acho que não se publica nada de remotamente comparável às crónicas do Paul Johnson na Spectator.



Certo, e o Mark Steyn?



Canadiano, rapaz.



E portugueses, ninguém que se veja?



Honestamente, não leio ninguém com regularidade. Passo os olhos.



Já te aconselhei a Helena Matos. E uma dúzia de blogues muito bem escritos. Alguns, pasme-se, de esquerda.



Eu sei. Conheço as crónicas da Helena Matos e existem blogues excelentes. Estou a falar a sério. Gosto do Bomba Inteligente - uma espécie de Petronella Wyatt à nossa medida, muito bom, o tom certo, aquela mistura de intimidade e irrisão quotidiana. Gosto do Contra a Corrente, um exemplo de sanidade mental. O Flor de Obsessão é também excelente: o Lomba conseguiu o tom certo - a angústia interior do Nelson Rodrigues, o Nelson das crónicas, não das peças teatrais. E na esquerda gosto muito da Praia, do Ivan Nunes. Brilhantemente pensado e escrito. Mas existem outros.



Achas razoável que te considerem um gajo de direita?



Quero lá saber. Se o grande conflito político é, até hoje, o velho conflito entre o Real e o Ideal, entre o ser e o dever ser - o velho Hume's fork -, então estou do lado do Real. Não acredito em nenhum ideal redentor, salvífico e definitivo e acho que a política não é uma actividade criativa, ao contrário do que dizem os meninos do Bloco. É uma actividade activa, ou melhor, reactiva. Como um sapateiro. Só deve agir quando as solas estão a precisar de conserto. Se isto é ser de direita, sou de direita. Se o desejo de açaimar a ferocidade intrínseca do poder é ser de direita, então sou de direita. Se não desejar impor nenhuma estrada salvifica ao meu semelhante é ser de direita, tudo bem, põe aí que eu sou direita. Who cares?



Nobody, I think. E quanto a religião, continuas católico, apostólico e, por razões que não vêm ao caso, napolitano?



Sou um católico reticente. E, como todos os napolitanos devotos, um apostólico excessivo. Nem me fales de Nápoles. Que mulheres, que comida, que mar, que gente.



Acredito. E pronto, rapaz. É verdade: o jantar de segunda fica adiado para terça, pode ser?



Outra vez? É sempre a mesma merda.



[* 'ninguém', o tanas: a comparação é do Francisco Mendes da Silva, publicada no Quinto dos Impérios, em 7 de Junho. Peço desculpa pela apropriação indevida mas inconsciente.]


publicado por ag às 15:14 | link do post

Segunda-feira, 27 de Outubro de 2003
O Pedro Mexia pergunta:



«Pessoalmente, nada me dá menos tusa do que uma referência à sociologia. (...) Mas haverá quem considera sexy a sociologia, e uma socióloga?»



Eu convivi cinco anos com o género, ainda que em fase formativa, e posso responder com propriedade às questões: fora de centros de reabilitação ou gabinetes universitários, não deve haver ninguém.

A sociologia como, digamos, ‘ciência’, é uma obsessão permanente com ‘regularidades’ colectivas e fenómenos ‘totais’. Ou seja: as luminárias do género preocuparam-se tanto em levar para a cama, no mínimo, uma amostra representativa de quatro estratos sociais, à conta de estudo comparativo, que invariavelmente terminavam na mão, ou na criada (sobre a qual consta que, na velhice, Marx terá recordado com doçura: «Sempre lucrei alguma coisa com essa relação. Foi produtiva... Enfim, mais valia a moça do que nada.»)

No que toca, salvo seja, às sociólogas, não perturbando a regra lembro-me de duas excepções. Uma é do foro privado; a outra é a prof. Maria Carrilho, sem uns anitos em cima, sem trocadilhos e sem compêndios nas imediações.


publicado por ag às 16:34 | link do post

«A Associação dos Doentes Obesos e Ex-Obesos (ADEXO) vai apresentar, na quarta-feira, ao ministro da Saúde uma proposta onde apela à comparticipação do Estado no tratamento da obesidade e a criação de pelo menos cinco centros de referência específicos para o tratamento de doentes obesos, anunciou hoje a associação.»



Na minha vasta ingenuidade, eu sempre pensei que a obesidade era resultado da gula, e não de doença. Depois uma pessoa pensa melhor e constata que esta diferença na terminologia e no fundamento não é casual, dado que os pecados são bastante menos susceptíveis a subsídios: Deus é muito criterioso com o orçamento. Além disso, quando o Todo-Poderoso se dispõe conceder audiências a dirigentes associativos, eles geralmente já morreram.


publicado por ag às 16:06 | link do post

Devo um sincero agradecimento à Charlotte pelo convite para a festa do Pipi. E um pedido de desculpas por não ter comparecido. Eu já a tinha avisado: moro a trezentos quilómetros de Lisboa e, trezentos metros que fosse, não é fácil arrancarem-me de casa para uma festa em que não conheço vivalma. Não sou esquerdista festivo, nem liberal empolgado. Sou assim mais para o anarca discreto. Confesso, no entanto, certa pena de não ter confraternizado com alguns dos blogueiros presentes. Que incluem, naturalmente, a própria Charlotte (mas o Cabaret da Coxa serviu de relativa compensação).

Já agora, continuo a acompanhar o fascinante folhetim ‘Quem é o Pipi?’, sem resultados palpáveis. Pior: não só não sei quem é o Pipi, como também ignoro quem seja, por exemplo, o Pedro Rolo Duarte. Escusado dizê-lo, o 'Pedro Rolo Duarte', enquanto tal, naturalmente não existe. Nem podia.


publicado por ag às 16:05 | link do post

Sexta-feira, 24 de Outubro de 2003
A exemplo da carreira discográfica do sr. Represas, há diversos males que parecem durar indefinidamente. Uma das pragas recorrentes dos últimos anos é a da «conspiração» que terá assassinado Diana Spencer, ‘princesa do povo’, para alguns, mulher do povo, para inúmeros outros. Nos quiosques deste republicano país, a capa da insuspeita «Nova Gente» regressou ao fascinante tema, agora com a divulgação de uma carta em que a saudosa princesinha terá alertado (quem?) para uma marosca que ‘eles’ se preparavam para lhe fazer ao carro. Não li a revista, mas no caso, ‘eles’ são com certeza a família real e o MI5, que, do alto da sua intrínseca maldade, sabotaram o famoso Mercedes, mediante a inclusão ao volante de um bêbado, programado para conduzir nas vielas de Paris a 200 quilómetros por hora. A revelação não surpreende. O que surpreende sempre um bocadinho, e não é por falta de hábito, é a tendência dos média para servir lixo, e a capacidade dos simples para consumi-lo.


publicado por ag às 16:32 | link do post

Esta noite, enquanto a Comissão Política do PS se reunia, a Sic Notícias passou um comunicado do dr. Ferro. O dito, por razões que não alcanço, foi declamado na doce voz do dr. Santos Silva - o que, de qualquer modo, lhe conferiu um dramatismo muito peculiar. Tão peculiar, que eu adormeci ao fim de dois minutos. Quando acordei, alta madrugada, a televisão continuava ligada e a Comissão continuava reunida, prolongando um suspense que roubou o sono a sensivelmente 0,000032% dos portugueses, valor que equivalia aos participantes no importantíssimo encontro, mais o porteiro da sede e sete choferes. Na Sic Notícias, aquele rapaz que tirou umas fotografias ao lado da Marisa Cruz permanecia igualmente alerta, pronto a interromper a pacatez da noite lusitana com a notícia de uma demissão em bloco, uma dissidência das antigas, uma sessão de bordoada que fosse. Folheei, à laia de rotina, uma magnum opus do arquitecto Saraiva - não me recordo se o romance ou as «Confissões» - e voltei a adormecer.

Hoje de manhã, os jornais não traziam novidades, o Fórum da TSF vertia fúrias sobre um assunto que não identifiquei, não usufruí ainda do acesso a um televisor e a internet do escritório só me dá desgostos. Quero dizer: alguém sabe o que aconteceu? Há novidades da Comissão, ou a direcção do PS mantém-se enclausurada? Não será melhor arrombar a porta? Se acossados em excesso, certos grupos optam pelo suicídio colectivo, como a tragédia do Templo do Sol, por exemplo, não nos devia deixar esquecer.

O mais certo, porém, é que algum socialista tenha dado um murro na mesa e, à semelhança do que sucedeu no Parlamento, a mesa partiu-se. Se calhar, o PS aguarda apenas um carpinteiro. O que, nos dias que correm, é mais difícil de aparecer que o dr. Vitorino.


publicado por ag às 12:57 | link do post

Quinta-feira, 23 de Outubro de 2003
No «Público» de hoje, EPC volta em grande à tradição da ‘stand-down comedy’, de que ele é um dos últimos fiéis depositários nacionais. Segundo Sua Eminência, sabem o que acontece a um sujeito licenciado se o tratarem por um reles ‘Sr.’? Simples: o sujeito é assaltado por um «sentimento de irrealidade que é mais próprio da literatura fantástica do que do realismo quotidiano. Por uma simples forma de tratamento passa-se de repente para o lado de lá. E o pesadelo consiste em não saber se a viagem tem regresso...»

E o engraçado é que se calhar é verdade. Pelo sim, pelo não, experimentem dirigir-se ao Excelentíssimo Professor Doutor EPC por ‘Sr.’, e, com atenção, vejam se ele incorre no «sentimento de irrealidade mais próprio da literatura fantástica» e se, «de repente», passa para «o lado de lá». Depois esperem um pedacinho a fim de confirmar se ele regressou da viagem. Caso contrário, chamem o 112, extensão «realismo quotidiano».


publicado por ag às 12:14 | link do post

Contas rápidas, o Miguel não escreve vai para uma semana. Sumiu-se assim, sem aviso nem atestado nem respeito pelas mais básicas regras da blogosfera. Faz-nos falta um bastonário de qualquer coisa que ponha ordem nisto.


publicado por ag às 12:13 | link do post

Ainda deu para o próximo artigo no «Correio da Manhã». Mas tenho a impressão de que, muito em breve, o meu Google interno será acometido de um bloqueio qualquer e deixará de responder às seguintes palavras, por ordem de saturação:



Pia

‘Mediatização’

Cabala

Justiça

Provedor(a)

Urdidura

Privacidade

Sensacionalismo

Pedofilia

Magistrado

Crise

Pedroso

Especulação

Apelo

Bibi

Conspiração

Criança

Namora

Serenidade

Ferro

Indícios

Pide

Divulgação

Júdice

Escutas

Violação

Reforma

Presunção

Arguido

Psiquiatra

Segredo

Transcrição

Orientado

Testemunha

Procurador

Telemóvel

Inocência

Processo

Pântano

Julgamento

Advogado

José Mourinho



(infelizmente, continua)



publicado por ag às 00:22 | link do post

Quarta-feira, 22 de Outubro de 2003
...e comprometidíssimo Espectador, deixo duas notas, para que conste:



1) Sobre o «Absolute Power» vs. «Unforgiven», não tenha dúvidas do lado em que a minha resposta está.

2) Sobre a ‘eastwoodiana’ em geral, o Luciano por acaso já viu uma coisita menor chamada «Honkytonk Man»? E o que achou?



publicado por ag às 23:21 | link do post

Terça-feira, 21 de Outubro de 2003
Ontem, como sucede a tempo e data incertos, foi dia de jantar com os meus amigos de infância. Dantes, éramos cinco fedelhos. Agora somos: um técnico informático, um produtor discográfico, o dono de uma empresa de audiovisual, um industrial de conservas e este vosso criado. Politicamente, um é PSD, outro é vagamente socialista, dois nunca tiveram cartão de eleitor e eu - eu não estou seguro. As nossas mulheres não se conhecem ou conhecem-se mal. Apesar de uma ou outra alegada simpatia clubística, jamais falámos de futebol.

Entre nós, pois, há poucos laços daqueles que parecem estimular o convívio das pessoas adultas, como a profissão, a família, a ideologia ou a bola. O que nos aproxima é esse vulto esdrúxulo a que se chama amizade, que é quase tudo e não se define e não permite que se contem as horas que passamos em conjunto.

Esta noite, cheguei a casa pelas quatro. Eles também. De manhã, digamos assim, arrastei-me para o trabalho com a ligeira ressaca da praxe e imenso sono. Eles, aposto, também. E essa irresponsabilidade partilhada, que dura vai para trinta anos e assenta em coisa nenhuma que se veja ou venda, é um dos maiores orgulhos que eu tenho na vida. E eles, acredito, também.


publicado por ag às 16:16 | link do post

Além de manter um dos melhores blogues disponíveis, este Espectador está comprometido com a sabedoria. Para mim, «A Perfect World» só não é o melhor filme dos últimos dez anos porque há o tal «Ghost World». A obra completa de João Mário Grilo é ‘hors concurs’, claro.



publicado por ag às 15:29 | link do post

Ontem, lembrei-me de incluir a frase "malhar no Ferro enquanto está quente" em possível artigo sobre a crise no PS. Hoje, o editorial do Público salvou-me de mais um trocadilho escusado. Obrigado, acho eu, ao Nuno Pacheco.


publicado por ag às 15:12 | link do post

O Pedro lamenta não ter vindo ao Porto para o concerto do Will Oldham. Meu caro: o concerto foi em Matosinhos, eu vivo em Matosinhos, estava a cem metros do espectáculo à hora em que o dito decorria e, mesmo assim, troquei as datas e perdi o homem. Confirmado: um filofax, os produtos da Post-it, a agenda do Nokia Communicator e o meu cérebro já não me são de grande préstimo. Resta-me, como agora sói dizer-se, confiar na justiça.


publicado por ag às 15:09 | link do post

Agradeço referências lisonjeiras no recente Mephistopheles e no clássico Mata Mouros (cuja secção Melhores da Semana ameaça saudável institucionalização - qualquer dia vêem-se obrigados a organizar festins regulares e distribuir Ordens de Santiago pelo pessoal). Quanto ao Bicho Mau, julgo tê-lo visto entre a audiência dos Tindersticks, mais ou menos a duas cadeiras da minha. Infelizmente, estando escuro, ele não reparou no enorme dístico de «Blogueiro: Falem Comigo» que exibo na lapela em todos os eventos públicos.


publicado por ag às 15:07 | link do post

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