Sábado, 30 de Agosto de 2003
É a única palavra que me ocorre dizer ao
Carlos «MacGuffin». (O cheque segue na volta do correio).
O meu caro
Comprometido Espectador escreveu:
«Ora, o livro a que o Homem (a Dias) se refere está cá em casa (por acaso é da consorte) e chama-se Escrítica Pop e é de 1982 (não de 1981) e não tem o Mick Jagger na capa mas o Ian Curtis.»
Eu insisto:
O livro a que me refiro está cá em casa, comprei-o quando a minha consorte ainda devia andar de bibe, chama-se «Pop Music/Rock» (por esta hora talvez a obra mais debatida na história da blogosfera pátria), é de 1981, e eu não confundo o Mick Jagger com o Ian Curtis (ainda que o estado de ambos, hoje em dia, seja aproximado). O «Escrítica» é outra coisa, que aliás um qualquer bandalho me roubou há já uns quinze anos.
É, pelos vistos o Terras do Nunca tem uma primeira edição do tal «Pop Music/Rock». A minha, já confirmei, é a segunda, é mesmo de 1981, e possui mais MEC que Marx. Melhor.
Sexta-feira, 29 de Agosto de 2003
Qual é o pior vício exportável dos EUA? Não, não é a caça ao fumador (Hitler lembrou-se primeiro). Não, também não é o Chomsky. Nem o Oliver Stone (ainda que a foto do Público de hoje, disponível na edição impressa, seja um fresco impressionante das misérias da época). Os festivais de rock? Está lá perto, mas não. Se respondeu «o peru», porém, acertou em cheio. Quem, no sábio Velho Mundo, teria imaginado que aquele passaroco grotesco era comestível? E quem, tendo-o provado, não detectou o suave paladar a serrim? E quem, séculos decorridos, se dedicou a embalar a criatura e a vendê-la em supermercados? O que me dói é pensar que aquele vagabundo do Bové pela-se por destruir estabelecimentos da McDonald’s, onde se serve, regra geral, vaca. Vaca? Minha rica Cornélia, meu rico BigMac: cumprir a utopia exige é que unamos as nossas forças, intensas, urgentes e desesperadas, contra a Avibom. Ou aguardar que os nitrofuranos trabalhem a sério e despachem a peste.
Para o
Comprometido Espectador, o
Contra a Corrente, o
Retorta e o
Terras do Nunca:
Vamos com calma. Eu prefiro de longe o Leonard Cohen à Joni Mitchell. Dentro de uma certa (e discutível) linhagem pop não trocava os discos dele por nada. Tenho todas as biografias possíveis. Os vídeos. O solitário dvd. E foi dele o primeiro concerto que vi, no Dramático de Cascais, em 1985 (comecei pelo céu, depois foi sempre a descer até à abstinência actual, e não acredito que o João Gilberto venha em Outubro).
O que não me impede de reconhecer, de resto à semelhança do próprio LC em diversas ocasiões (parece que eles são velhos amigos), a muito superior musicalidade da senhorita Mitchell, tanto no período folk como nas experiências jazzy ou étnicas de «Hejira» a «Mingus». Verdade que ela não faz um grande disco há vinte e tal anos, mas o último do Cohen (ai) é uma pequenina vergonha, donde me cheira que o «The Future» (de 1992) jamais justificará o nome.
Sobre a devoção pela JM, permito-me informar (se calhar, toda a gente conhece), há um ensaio (olha a pompa) excelente do Miguel Esteves Cardoso, naquela que foi, suponho, a estreia editorial dele: é a tradução de uma palermice francesa chamada «Pop Music/Rock», para a qual o MEC escreveu um apêndice de cento e poucas páginas com uma discografia crítica da década de 70. E que, naturalmente, vale bem o livro. O livro, para aí de 1981, é uma edição da Regra do Jogo e tem, ó inclemência, o Mick Jagger na capa.
E agora três razões para que o
Comprometido Espectador comece a detestar-me.
1) Gosto do Canadá, não só pelo LC e pela JM. Gosto dos lagos, das Rocky Mountains, do Jim Carrey, do Lorne Michaels, do Michael J. Fox (!). Deus me ajude: eu até gosto do «Canada Bacon», do charlatão do Moore. E gosto, acima de tudo, do hino, o mais bonito que há.
2) Gosto de folk, escola Greenwich Village. Não tanto da convencional, com «mensagem» e canga militante, mas da que foi «puxada» aos limites, pelo Dylan no «Blonde on Blonde» e pelo Tim Buckley (quase sempre). Às escondidas, porém, chego a ouvir Tim Hardin e o «Pleasures of the Harbor», do Phil Ochs.
3) A JM tem letras «lamentáveis». E outras que são um assombro, vide, por exemplo «A Case of You», do «Blue» e «Song for Sharon», do «Hejira». Ou, que se lixe a franqueza, o «Both Sides Now», que eu adoro sobretudo na genial versão para elevador do Sinatra.
Quinta-feira, 28 de Agosto de 2003
Só não devo estar de acordo com o
FJV (que espero tenha recebido o meu mail)em duas ou três questões essenciais. Eis uma. Podemos acusar a Joni Mitchell de tudo: hippie, feminista «après la lettre», «left-winger», ecologista da treta, ex-mulher do Graham Nash e etc. Mas, lírica e musicalmente, a senhora é um talento quase único na história da pop, uma espécie de Cohen menos inteligente e mais dotado. Como brinde adicional, já foi lindíssima. Para conferir o primeiro ponto, ouça o álbum «Blue» e depois diga coisas. Para conferir o segundo, veja «Woman of Heart and Mind: A Life Story», um dvd importado que anda na Fnac. Concedo: o título do dvd é uma lástima.
Está aqui, está a fazer um ano. Lembro-me do João Pereira Coutinho, em minha casa, dizer que tinha arranjado, com dois amigos, «uma treta engraçada». À forma, chamou-lhe blog; àquele blog, a
Coluna Infame, «como o livro do Manzoni». Sendo do João, obviamente fui ver, e embora não me tenha abismado logo com a coisa, passei a raras vezes sair da net sem um clique na CI, que depressa saltou para os Favoritos no tecto do monitor. Aos poucos, habituei-me igualmente à existência de diversas «colunas» nacionais, muitas estranhamente bem escritas para os gastos da paróquia.
Por falta de tempo ou paciência, não me passou pela cabeça criar o «meu» blogue, mesmo que, umas ocasiões, os posts da CI e de outros blogues (como o
Contra a Corrente e o
Intermitente) me suscitassem algum comentário, via mail. Outras ocasiões, o João sugeria que eu integrasse a própria CI, e já nem sei onde pára a password que nunca usei. A CI, sempre o compreendi, era do João, mas também do
Pedro Mexia e do
Pedro Lomba. Com o primeiro, tomei um café no Porto, dias antes do fim da CI. Ao Pedro Lomba, nunca o conheci de todo. A CI era um caso deles, não meu.
No máximo, enviei para lá meia dúzia de posts, que foram publicados sem comentários, e que me valeram a nomeação, pelo P. Mexia, de «Infame Honorário», título que não mais abandonou o cabeçalho do meu currículo.
Depois, sabe-se, Pacheco Pereira começou o
Abrupto, a CI acabou, e os média transformaram os blogues num fenómeno, talvez um nadinha exagerado. Quando a fervura baixou, acordei uma manhã e decidi que um blogue, como o andebol, não me faria mal nenhum. Sucede que eu escrevo e não jogo andebol. E até ver, não há sinais de contra-indicações. Para mim, desde que o pratico, o blogue é um gosto, um gozo, no limite uma disciplina que arregimenta o que não cabe na página 2 do CM ou noutros eventuais sítios. Quanto ao resto, estou como o
Francisco: «nunca pensei muito nisso».
Uma espreitada fugaz ao «site meter» enriqueceu o retrato estatístico do Homem a Dias. Pelo decréscimo abrupto (sem link) das visitas durante o jogo do Benfica, pude constatar que, talvez ao contrário do esperado, o frequentador médio deste blogue é homem, aprecia futebol (?) e integra, possivelmente, os Diabos Vermelhos. Os dados agora apurados, por enquanto em processo de cruzamento e análise, permitirão redefinir a linha editorial do Homem a Dias, de modo a melhor servir o respectivo público-alvo. Para já, contem com um aumento de posts sobre a «mística encarnada», depoimentos de anciãos contemporâneos das «quartas-feiras de glória» e anedotas envolvendo Pinto da Costa. Mal consiga incluir som, nada como ficheiros midi dos hinos do Piçarra e dos UHF, para cantarolar nas tardes de domingo, quando se inaugurar o futuro estádio cujo nome não sei (mas prometo aprender).
Quarta-feira, 27 de Agosto de 2003
Aí pelos cinquenta anos, Paulo Francis garantia ter perdido a paciência para futebol, atletismo e, de resto, todo e qualquer desporto. Com uma excepção: o ténis feminino, «para ver as calcinhas das garotas». Da primeira vez que li a frase, achei-a uma de três coisas: 1) uma das «boutades» gratuitas do PF; 2) efeito de impotência precoce; 3) um sintoma declarado de Alzheimer, dado que a tenista em voga na época era a Martina Navratilova.
A verdade é que ainda tenho trinta e poucos, mas ontem, numa conversa entre amigos, deixei-me distrair pelo televisor do café, que passava em silêncio um «match» do US Open. De um lado, um destroço com nome castelhano que não vem ao caso; do outro, uma menina chamada Maria Sharapova, russa, parecida com a Gwyneth Paltrow e decerto com idade para nos levar à cadeia enquanto o TIC esfrega um olho. De súbito, lembrei-me da Hingis, da Kournikova e de uma ou duas moçoilas cujo apelido se escapou, comparei o conjunto com o interesse que o Benfica-Lazio de logo me desperta, e realizei: eu concordo com o Francis. Concordo com ele e, digo-o com mais surpresa que pesar, estou a ficar velho. Então é assim?
Saí de casa às dez e sete da manhã. Mesmo a tempo de sintonizar o rádio do carro na TSF e deparar com o «Life on Mars», do David Bowie, em pleno noticiário. Há uns anos, por esta altura, foi o eclipse. Hoje o frenesim é com Marte, que desde que o homem é homem nunca havia estado tão próximo da Terra. Fiquei na dúvida se estas curiosidades celestes tendem a escolher Agosto para se manifestarem, ou se em Agosto se fala delas por falta de assunto. Agorinha mesmo, corri os jornais on-line e a «última hora» geral era a «determinação» de Arafat em combater os grupos palestinianos radicais. Considero-me esclarecido: na «silly season», pouco nos resta além da contemplação dos astros.
Terça-feira, 26 de Agosto de 2003
No Comprometido Espectador, certeiro como é habitual, vale a pena ler
isto.
Leio no «Público» que o «barulho das obras do Metro do Porto enfurece moradores da Baixa». Coitados: depois das obras, as melhorias serão poucas. Neste exacto momento, vejo pela janela do meu escritório, em Matosinhos, um exemplar do dito «metro». Ao fazer a curva, o infeliz chia que mete dó. De vez em quando, uma voz anuncia à comunidade envolvente a chegada do veículo x à paragem y, pela linha z e com destino a w, como se houvesse escolha. Nos intervalos, a mesma altíssima voz ordena, por razões que prefiro ignorar, «Retire o seu bilhete, se faz favor.»
E não é tudo. Em qualquer cidade convencional, o metropolitano é um sistema de transporte (quase sempre) subterrâneo, rápido e disseminado. Disto, o «metro» do Porto herdou o nome. No resto, é «de superfície», move-se mais devagar do que o dr. Soares em Nafarros («metro» poderia ser uma apropriada alusão à velocidade horária da coisa) e cobre apenas uma ínfima porção da área urbana que era suposto servir. Como esperado bónus, cometeu a proeza de agravar o tráfego da zona, já de si um sério rival do de Hong Kong.
Vantagens? Confesso. Andei uma vez, dia quente, hora de ponta. E, juro, beneficiei de uma carruagem fresca e rigorosamente vazia. Esse grau de civilidade Londres ou Nova Iorque ainda não alcançaram. Mas só esse.
Não tenho aparelho de vídeo há anos. Mas mão amiga começou a introduzir cá em casa a colecção completa do «Seinfeld» em DVD. É gravada a partir do VHS, a imagem tende para o rançoso e o som está um bocadinho distante do «home theater». Who cares? Deixem-me é retomar o maior cliché da história do audiovisual: nunca, nunca, nunca se fez televisão assim.
Ao passar os olhos por um post de ontem, reparei ter escrito mal «rentrée», trocando um «e» de sílaba. Para cúmulo, uma rápida pesquisa em sites nacionais mostrou-me que o erro é comum. E insustentável. Que, em Portugal, se esmurre o português, ainda vá; mas levar o francês ao tapete, é gesto grave, a pedir intervenção da embaixada. Estão a ver a falta que a Livraria Francesa faz?
Em «Deliverance», de John Boorman, Burt Reynolds, Jon Voight e os amigos entram por um fim-de-semana ruralidade adentro, são alvo de violação, cometem assassínio e voltam à cidade repletos de fantasmas que se adivinham perenes. Definitivamente, a ruralidade nacional é bem mais doce. E Pavese, como eu desconfiava, não tinha razão: o único problema em regressar aos lugares onde se foi feliz é a certeza, constante, de que o regresso é provisório. E esse é um fantasma tolerável, quase o Casper. Tolerável e vital.
Segunda-feira, 25 de Agosto de 2003
Os epítetos que a generosa
Charlotte me atribui são obviamente exagerados. Menos o de «génio informático», que, por muito misteriosas vias, parece ter um fundo verosímil. Ah, sim, e tenho o Tratado.
Não contando a crescente obsessão com o dr. Portas, exigida pelo patriarca, a «reentré» do PS foi igualzinha à do ano passado. Nem faltaram as comparações do Governo a Salazar, estratégia brilhante a que ninguém dá o devido valor. Nem faltou, tampouco, a profissão de fé do dr. Ferro na íntima bondade, indispensável no caso do homem ser o proverbial vendedor de carros usados. Pronto, está bem: eu comprava-lhe o tal carro. E só.
Grave, grave é que todos os políticos, mal partem de férias, fazem logo questão em «reentrar». Para ser sincero, este ano nem me apercebi de que tivessem saído. A verdade é uma: ao contrário do que diz o «povo anónimo» e o (ligeiramente mais conhecido) dr. Monteiro, o político médio nacional trabalha que se farta. Esforça-se excessivamente. Cansa-se. Cansa-nos. Permitam-me um lamento: há por aí tantos manifestos e nenhum para prolongar as férias da nossa classe política. Três meses de descanso, seis meses, um ano sabático em Cancun, eu sei lá. Bastaria conseguir as assinaturas do dr. Soares e do prof. Freitas (sem eles não há manifesto que se preze), e reunir uma delegação para entregar o documento na AR. Isto quando a AR reentrar ao serviço, claro.
Em tempo de férias, o televisor vive confinado a um encantador desprezo. A excepção, naturalmente, chega aos domingos, em que há sempre alguém (quem?) que sintoniza o aparelho na Fórmula 1. Existem inúmeros desportos chatos, mas nunca vi nenhum tão aflitivo quanto este, sobretudo se as consequências da noite de sábado irrompem a reclamar Gurosan. Aliás, nem chego a perceber o que é que a Fórmula 1 tem a ver com desporto. Há uns carros horrendos disfarçados de maços de cigarros; há uns totós com mais distintivos no traje do que um veterano da Queima das Fitas; há um buraquinho nos carros por onde os totós entram; e há bandos de malucos que pagam para assistir ao «espectáculo». Se fossem olhar os «tróleis» das romarias saía-lhes de borla, e não tinham de suportar o ruído mais asqueroso da Terra, depois da siderurgia da Maia e da voz da Dulce Pontes.
Pior: nas minhas vastas investigações, pude constatar que há gente capaz de «torcer» por uma determinada marca de automóveis. Desse grupo, 87,3% «torcem» justamente pela Ferrari, a fábrica italiana que abastece os traficantes de droga de Bogotá a Moscovo. Não tendo nada a ver com a droga, julgo eu, existe de facto um estranhíssimo culto da Ferrari entre alguns cidadãos anónimos e honestos do meu país. Trata-se de gente que estremece só de avistar um «Testarossa» ( «cabecinha corada»?), e que se baba enquanto discorre acerca da «mística» do «cavalo preto». Será um vírus?
Por mim, estou convencido de que é apenas o último estádio do capitalismo: as pessoas deixam de se rever nas famílias, nos amigos, na comunidade em que vivem, e passam a admirar empresas longínquas, sobre cujos lucros não metem prego nem estopa. Um triste dia, às bandeiras da Ferrari juntar-se-ão as da IBM, ou da Texaco, e em alegre comunhão desfilaremos à porta da bolsa de valores, celebrando o «gestor do mês», o «contrato por objectivos do ano» ou a «fusão da década».
Mal por mal, antes continuarmos a apoiar a selecção nacional de futebol. Joga que é uma desgraça, mas ao menos, e que eu saiba, ainda é património de uma única empresa, a Olivedesportos, portuguesinha e muito nossa.
Sexta-feira, 22 de Agosto de 2003
Uma destas noites, num pequeno restaurante de Vila Real, a aparelhagem tocava um qualquer "best of" de Amália, «Vou Dar de Beber à Dor», «Barco Negro», etc. O empregado ouviu os comentários da nossa mesa e meteu conversa, com demonstração sonora simultânea e a condizer. De Amália passou-se para Marceneiro, de Paredes para Mariza. Depressa se chegou às raízes celtas da região e discutiu-se June Tabor, e em seguida heráldica, genealogia, literatura, história local. Discutiu-se, é força de expressão: ele ensinava, nós aprendíamos. Eram duas da manhã quando partimos e deixámos o homem, pequeno assalariado do ramo da restauração, cerca de quarenta anos visivelmente candidatos a cargo nenhum. Um cego em terra de reis.
Este fim-de-semana, Vimioso, vila normalmente pacata, prepara-se para assistir a um dos «comebacks» mais aguardados do século XXI. Pelo menos por mim. Trata-se do reencontro do meu grupo de amigos da infância e adolescência, no exacto lugar onde, em 1985, passámos as melhores férias das nossas vidas. Há uma baixa, é verdade (o Nuno, demasiado casado), mas que se lixe: os Beatles já perderam metade e nós ainda somos cinco, a que se somam duas aquisições. Está tudo a postos. As mulheres e namoradas foram enviadas de volta para a metrópole, insultadas de Yoko Ono para baixo. A expectativa é imensa. A não ser mediante uma piela exagerada, será difícil parar-nos. Embora, bem cá dentro, o raio do Pavese teime em fazer-se ouvir: «Nada é mais inabitável do que um lugar onde se foi feliz». Veremos.